Em 1955, o irmão André começou a encorajar a igreja no Leste Europeu e na Rússia, perseguida pelo regime comunista. No dia 15 de julho de 1955, aconteceu a primeira viagem à Polônia, onde o cristão entendeu que Deus o estava chamando para fortalecer os poucos seguidores de Jesus que restavam em países em que a fé era considerada uma inimiga do governo. A partir do simples pedido, o Irmão André aceitou o desafio de carregar a palavra com ele sempre que fosse viajar a bordo do fusca. “Quando você voltar, por favor, traga Bíblias com você”, solicitou um irmão polonês.
Contrabandista em nome de Deus
Centenas de viagens seguiram em um fusca, que serviu por 35 anos como o logotipo do ministério. Nos primeiros anos, Bíblias e livros cristãos foram transportados abertamente. Países posteriores do bloco oriental fecharam suas fronteiras para a literatura cristã. Então o ministério estava em uma encruzilhada. Deveria parar porque os governos ordenaram isso? Ou a distribuição de Bíblias deve continuar, mas como? A escolha foi essa e a Portas Abertas se tornou conhecido pelo Contrabando de Bíblias. Os contrabandistas da Bíblia arranjaram um trailer ou trailer de acampamento, no qual às vezes 1.100 Bíblias estavam escondidas. Os cristãos da Europa Oriental e da Rússia finalmente receberam as Bíblias pelas quais oravam há anos.
“Deus esteve conosco cada vez que passávamos as fronteiras com carros e trailers abarrotados de Bíblias. Ele estava, também, quando minha esposa e eu fomos presos na fronteira com a Rússia. Fomos interrogados por três dias. Uma viagem que nunca esquecerei”, diz Klaas Muurling, porta-voz da Missão na época.
O perseguidor se transforma
No final dos anos 70, o irmão André disse que o islã seria uma ameaça maior para a igreja do que o comunismo já havia sido. Nos anos 90, durante uma campanha de oração pela igreja no mundo muçulmano, essas palavras se tornaram verdadeiras. O Irã se transformou em uma República Islâmica e também em outras partes do mundo árabe a perseguição aos cristãos cresceu. Paradoxalmente, a perseguição e o crescimento da igreja andam de mãos dadas.
Em 1981, o Projeto Pérola, contrabandeou um milhão de Bíblias para a China. Secretamente, a carga foi transportada por barco e entregue a milhares de cristãos chineses na praia de Swatow. A Revista Time chamou a empreitada de ‘Encontro arriscado em Swatow’.
Os trabalhos passaram a assistir as demais áreas das vidas dos cristãos como os treinamentos para o entendimento da Bíblia e fortalecimento para viver sob perseguição. Depois foi a hora de prover auxílio socioeconômico por meio de ajuda emergencial, microcrédito e ações institucionais como consultoria jurídica.
Em 2019, a Portas Abertas alcançou 9 mil pessoas por dia por meio de redes sociais e plataformas online. As Bíblias e livros cristãos impressos foram substituídos por materiais online.
Depois de 65 anos, a Portas Abertas está viva e atuante em todo o mundo. Graças ao apoio, doações e orações de cristãos livres por todo mundo, a Igreja Perseguida segue firme, atuante e em pleno crescimento. A provisão de Deus, seu amor e cuidado é o que sempre encorajou a Portas Abertas a fazer sempre mais pelo cristão perseguido.
Para saber mais sobre a organização e a atuação junto à Igreja Perseguida em mais de 60 países no mundo, acesse www.portasabertas.org.br.
Fonte: Assessoria
Imagem: Divulgação