Bolsonaro escolhe assessora do senador Magno Malta para a pasta, que ficará responsável pela Funai. Contrária a pautas do movimento feminista, Damares Alves é segunda mulher indicada para alto escalão do futuro governo. A assessora do senador Magno Malta (PR) Damares Alves foi escolhida para comandar o novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. O anúncio foi nesta quinta-feira (06/12) pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A pastora evangélica é a segunda mulher indicada para o alto escalão do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
EXPERIÊNCIA
Advogada, Damares atualmente é assessora no gabinete de Malta e trabalha há mais de 20 anos no Congresso Nacional. Ela é pastora da Igreja Quadrangular e próxima da bancada evangélica, inclusive já tendo prestado assessoria jurídica ao grupo.
Em entrevista após o anúncio nesta quinta, Damares disse querer dar protagonismo no governo a políticas públicas que ainda não chegaram a mulheres e defendeu a equiparação salarial. “Nenhum homem vai ganhar mais do que mulher nessa nação desenvolvendo a mesma função. Isso já é lei”, destacou.
Damares afirmou ainda que pretende melhorar as condições para as meninas no país. Em declarações anteriores, no entanto, a futura ministra declarou que a mulher nasceu para ser mãe e já se posicionou contra o feminismo. Ela é contra a legalização do aborto e das drogas, que, segundo a Folha de São Paulo, considerou “pautas de esquerda” que seriam “a morte”.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Ao ser questionada em entrevista ao jornal O Globo sobre como vai combater a violência contra a mulher, Damares respondeu que pretende fazer uma revolução cultural.
“Todos os meninos vão ter que entregar flores para as meninas nas escolas, para entender que nós não somos iguais. Quando a teoria de gênero vai para a sala de aula e diz que todos são iguais e que não tem diferença entre menino e menina, as meninas podem levar porrada, porque são iguais aos meninos. Somos frágeis, mas somos muito especiais”, acrescentou.
Damares também já se posicionou contra políticas voltadas a diminuir a discriminação de homossexuais. Em 2014, apontando “riscos à família brasileira”, a futura ministra criticou o Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê a desconstrução da heteronormatividade para a inclusão nos sistemas de informação do serviço público todos os tipos de configurações familiares.
A indicação de Damares põe fim às esperanças de Malta de participar do novo governo. Um dos maiores defensores de Bolsonaro durante a campanha, o senador não conseguiu se reeleger e passou a ser cotado como ministeriável. Bolsonaro descartou na quarta-feira essa possibilidade e declarou que o parlamentar não tinha o perfil do futuro governo.
Fonte: Terra
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Foto: Valter Campanato / Agência Brasil