quinta-feira, novembro 21, 2024
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Elvis Presley era da Assembleia de Deus e cantor gospel

Sua canção favorita era “How Great Thou Art”, conhecida no Brasil como “Quão Grande És Tu”

Elvis Presley era da Assembleia de Deus e cantor gospel

Quem prega que rock’n’roll é coisa do capeta, vai se surpreender ao descobrir que Elvis Presley, considerado o eterno rei desse estilo musical, frequentava igreja evangélica e foi muito influenciado pela música gospel. Prova disso é que ao longo da carreira ele gravou dezenas de canções para louvar a Deus e com elas ganhou todos os seus prêmios Grammy, além de discos de ouro e de platina e entrou para Hall da Fama da Música Gospel em 2001.

Além disso, desde que morreu, em 1977, Elvis Presley inspirou mais de uma centena de seitas religiosas no mundo inteiro, de diversas doutrinas, do cristianismo ao hinduísmo, sendo que algumas delas chegaram até a reverenciá-lo como um messias. Nem o Brasil escapou desse “fenômeno”. Por aqui, há cerca de dez anos, foi noticiado que havia em Florianópolis (SC), um fã-clube evangélico que celebraria Elvis e reuniria mais de 20 mil fiéis dentro e fora do país.

O Rebelde

Até nome bíblico Elvis Presley adotou para si. O seu do meio era “Aron” e foi modificado pelo cantor para “Aaron”, que em português significa “Aarão” e para as religiões abraâmicas era um profeta e irmão do personagem bíblico Moisés. O contato de Elvis com o meio religioso começou ainda na infância. Nascido em 1935, no Mississipi (EUA), pertencia a uma família pobre e cristã que frequentava a igreja. Os Presley eram membros da Assembleia de Deus.

Nessa época, Elvis então teve contato com os louvores e aprendeu noções básicas de violão com um pastor. Gostava ainda do cantor gospel Jake Hess, que influenciou mais tarde e de forma significativa seu estilo de cantar em baladas. Outra fonte de inspiração sua foi Rosetta Tharpe, cantora e guitarrista negra de música gospel muito popular na década de 1940 e considerada por alguns historiadores a mulher que, antes de Elvis, teria inventado o rock.

Assim, descobriu que a música era o caminho que gostaria de trilhar e com o tempo se aperfeiçoou e foi coroado astro do rock. Sua carreira estreou em 1954, quando lançou o single “That’s All Right”, que nada tinha a ver com religião. A partir daí começou a conquistar fãs, assinar contratos para gravar discos, participar de programas de TV e de rádio, fazer turnês, atuar no cinema e não parou mais. Manteve-se no topo do sucesso até o final dos anos 1960.

 Ao longo de sua trajetória artística, Elvis, mesmo sendo o rei de um estilo de performance sexualmente provocante, também não abandonou seu apego à crença e até usava músicas gospel para ensaiar e se soltar antes dos shows e do início das sessões de gravação. Em 1960, ele lançou “His Hand in Mine”, seu primeiro LP gospel, que dedicou em memória à mãe, falecida em 1958, e o colocou no topo do ranking das músicas mais populares desse período.

Lançou pouco depois “Crying in the Chapel”. Dizem que Elvis depois de uma longa noite gravando canções gospel só que queria “chorar na capela”. Esse hino tornou-se um dos mais bem sucedidos comercialmente de todos os discos gospel do cantor. Mas a música favorita de Elvis seria “How Great Thou Art”, conhecida no Brasil como “Quão Grande És Tu”. Foi com ela que conquistou seu primeiro Grammy, em 1967, e o último, em 1974, após cantá-la ao vivo.

Em 1972, recebeu ainda outro Grammy, por seu último LP gospel “He Touched Me”. De acordo com Dave Marsh, crítico da revista americana Rolling Stone e autor de vários livros de música e membro do Hall da Fama do Rock, Elvis foi, em suas palavras: “indiscutivelmente o maior cantor gospel branco de seu tempo e realmente o último artista de rock a tornar o gospel um componente tão vital de sua personalidade musical quanto de suas canções seculares”.

Fonte: IG, por Marcelo Testoni
Imagem: Reprodução

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