Um contato local da Portas Abertas no Vietnã relatou que Cong*, um cristão de uma minoria étnica indígena, foi encontrado morto no Planalto Central do Vietnã. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas a família acredita que foi resultado da perseguição religiosa. Cong tinha 48 anos, era marido, pai e agricultor amado pela família.
O cristão liderava uma igreja evangélica que foi acusada por autoridades locais de participar de um grupo reacionário que luta contra o governo. Uma ordem publicada em setembro de 2022 determinou que os membros da igreja de Cong “deviam ser eliminados”.
Em dezembro do ano passado, Cong foi agredido enquanto trabalhava na roça. Ele ficou com feridas graves e teve o celular confiscado. Pouco depois do ataque, ele foi preso e as autoridades tentaram obrigá-lo a abandonar a igreja que liderava. O líder cristão só foi liberto sob condição de ser disciplinado na frente de toda o vilarejo e de fato foi obrigado a deixar a igreja.
No dia 8 de março deste ano, ele recebeu uma nova ligação dos policiais avisando que o celular dele seria confiscado mais uma vez. As autoridades pediram que ele fosse sozinho ao cemitério, a alguns metros da casa dele, para entregar o aparelho. Cong obedeceu a ordem, mas nunca mais voltou para casa. Algumas horas depois, alguns pedestres avistaram o corpo sem vida do cristão que havia sido enforcado.
Proibidos de receber ajuda
As autoridades alegaram que foi suicídio, mas a família e os cristãos locais não acreditam nessa explicação. Eles creem que o cristão foi assassinado depois de ser agredido e ameaçado mais uma vez pelos policiais. Hosea*, um contato local, contou que depois da morte de Cong, a esposa e os três filhos do cristão estão deprimidos e sob controle estrito das autoridades.
“Eles sempre foram ameaçados. Por isso, vivem inseguros e não ousam receber ninguém em casa nem atender o telefone, especialmente quando são os cristãos da igreja que Cong liderava. As autoridades locais alertaram que eles não podem receber ajuda de ninguém ou qualquer forma de apoio de fora do vilarejo, e, caso aconteça, devem denunciar os contribuintes imediatamente”, conta Hosea.
Por causa do medo, a família de Cong obedece a todas as ordens. Eles queriam organizar um funeral cristão para ele, mas foram proibidos de fazê-lo. A igreja que ele liderava enviou 20 mil dong vietnamitas (aproximadamente 805 dólares) para ajudar a família a sepultar o cristão e no sustento sem o provedor da casa, mas eles foram proibidos de receber a ajuda. A família está completamente isolada da comunidade cristã e sob vigilância constante.
Ação das Autoridades
Não é a primeira vez que as autoridades vietnamitas perseguem e hostilizam cristãos no país, principalmente em vilas em que os cristãos são vigiados constantemente. Não foi diferente no caso de Xuan*, cristã vietnamita que ficou sozinha com outra cristã na Vila em que vivem. As autoridades locais empregam diversas formas de perseguição, uma delas é forçar os maridos a deixar as esposas cristãs, pressionando-os a se divorciarem delas, o que também afeta os filhos. Quando os maridos se recusam a fazê-lo, todos os subsídios do governo, como comida, educação e fonte de renda, são cortados. Os homens na sociedade local são considerados superiores e é por isso que, quando as esposas se tornam cristãs, os perseguidores vão até eles primeiro.
A história completa de Xuan e como ela tem enfrantado as autoridades e a perseguição extrema, você pode ver na matéria Missão de mulher é levar sua vila à Cristo.
O Vietnã é o 35º país na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos no mundo.
Você pode ajudar
Cada vez mais, o monitoramento e as restrições de autoridades locais fazem com que cristãos no Sudeste Asiático se sintam sozinhos e isolados em sua fé. Conheça mais e saiba como ajudar aqueles que vivem em vilarejos remotos a serem treinados para enfrentar a perseguição de acordo com a Bíblia, usando material apropriado a sua cultura e idioma.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: assessoria Portas Abertas
Imagem: divulgação