sexta-feira, novembro 22, 2024
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“A totalidade de uma adoração não se resume a uma canção, se resume numa vida”, diz Clóvis Pinho em entrevista

Clóvis e Alex Passos bateram um papo com a UAU Gospel, onde falaram sobre suas letras, preconceito e algumas novidades do PNB

Preto no Branco entrevista

Preto no Branco é, sem dúvida, um dos maiores grupos cristãos da atualidade. Idealizado pelo multimídia Alex Passos, o grupo vem batendo records de views no Youtube e nas plataformas de streaming. A formação atual conta com Clóvis Pinho (vocalista, instrumentista) e Jean Michel (baterista).

Final do ano passado, o grupo gravou o DVDPreto no Branco 3 – Há tempo pra todas as coisas. A gravação aconteceu na capital paulista e contou com muitos convidados.

Clóvis Pinho (vocalista) e Alex Passos bateram um papo com a UAU Gospel, onde falaram sobre suas letras, preconceito e algumas novidades. Confira!

UAU Gospel: Música é arte e o PNB tem mostrado isso através de suas canções que falam do amor de Jesus. Como acontece as composições?

Clóvis Pinho: As composições acontecem porque são fruto da nossa matéria prima principal, a nossa vida. A gente é um contingente de emoções e a gente retira da nossa própria vida muitas experiências, de nossas sofrências, nossa mazelas, alegrias e realizações a inspiração para tratar cada assunto individualmente.

“A gente vai pra Bíblia e com certeza a gente encontra respostas imediatas sobre como começar uma canção”.

Mas, antes de qualquer coisa, antes de qualquer inspiração na terra, tem a Bíblia que é o nosso manual poético e de inspiração total, sobre essa vida, sobre o além. Então, é o livro que a gente foca as nossas expectativas de buscar quando não há inspiração, a gente vai pra Bíblia e com certeza a gente encontra respostas imediatas sobre como começar uma canção, como dar uma entrada de um refrão, como finalizar uma música, colocando Deus sempre como o motor propulsor de toda a arte, de todo o dom, de toda a manifestação cultural artística e musical.

O nome do grupo “Preto no Branco” é uma expressão popular de falar aquilo que “tem que ser dito”. Por conta disso, já sofreram preconceito pelo público cristão? E como vocês encaram isso?

Clóvis Pinho: Sem dúvida nenhuma, essa coisa de criticar, de rejeitar, do preconceito em si, faz parte da sociedade, não é só no meio cristão não. No secular também existe muita resistência sobre a forma como os artistas se comportam, né? O artista sempre está a frente do seu tempo e por isso, muitas vezes, é incompreendido pelas pessoas que não vivem no universo, na dimensão que nós artistas vivemos. O que a gente precisa, é o seguinte, se você discorda de algumas coisas, a pessoa não precisa trazer essa verdade como absoluta.

“Música é uma ferramenta de adoração mas que a totalidade de uma adoração não se resume a uma canção, se resume numa vida”.

Que tal se a gente dialogar sobre isso? Que tal se a gente falar sobre isso de maneira aberta ou então a pessoa dá uma opinião respeitosamente. O que é muito complicado, é a forma armada e cheia de ódio, negativo que as pessoas muitas vezes vem. Mas a gente fica feliz em saber que é uma minoria, né? Existe uma parte muito esclarecida já no Brasil de uma galera que pensa diferente, que já renovou suas mentes em Deus e sabem que música não é adoração. Música é uma ferramenta de adoração mas que a totalidade de uma adoração não se resume a uma canção, se resume numa vida.

É a partir desse propósito que a gente está disposto a conversar com as pessoas, esclarecer aquilo que elas possam ter duvidas e entendermos juntos um caminho. Porque não dá pra evitar que bandas como o PNB e outras bandas que virão depois da gente vão surgir pra falar rasgando o verbo sobre a liberdade que a gente acredita. É inevitável isso.

A gente encara isso de modo, as vezes triste, por perceber o atraso intelectual de um grupo de pessoas que não sei aonde vivem. Mas o contraponto que nos traz satisfação e alegria é exatamente daqueles que pensam diferente, pensam como a gente e não perdem a essência em Deus.

A UAU Gospel esteve presente na gravação do PNB3, com diversas participações especiais. Como foi a escolha das parcerias?

Clóvis Pinho: As escolhas das parcerias já vem de um tempo no PNB essa onda gente de trabalhar com os “feats”, né? E dessa vez não foi diferente. Tivemos mais tempo pra escolher as parcerias e a gente focou da seguinte forma: analisando cada canção e vendo com quem elas se pareciam. E a gente foi descobrindo as parcerias a partir do momento que a gente terminava uma canção, respirava fundo e dizia: “Essa se parece com fulano”. E foi assim que fomos descobrindo os nossos convidados.

É bem nitido na gravação do PNB3 que as letras foram “pensadas” para falar com todo mundo, sem distinção. Essa foi a principal marca da banda desde o início?

Clóvis Pinho: A gente tem caminhado mais nessa visão de comunicar para todos agora. No início era mais fechado, até pela ordem dos acontecimentos. O que fez a gente desarmar mais e pensar nas pessoas de fora, foi a forma como elas receberam a mensagem do PNB sobre Deus, amor…sobre se aproximar de Deus sem medo e olhar para as situações da vida com um propósito específico.

“O que fez a gente desarmar mais e pensar nas pessoas de fora, foi a forma como elas receberam a mensagem do PNB sobre Deus, amor”.

Quando a gente percebeu que as pessoas de fora do nosso meio estavam acessando as canções do PNB, foi a resposta certa pra que a gente entendesse que era o momento de dialogar com todos, e isso tem feito com que a gente transporte a nossa canção mais sem fronteiras possível, pra que todos acessem, sem discriminação ou preconceito.

Há um projeto para o mês de maio que será um marco no meio gospel. Dá pra dizer mais sobre essa produção?

Alex Passos: Em maio, a gente vai lançar um clipe que a gente não quer revelar muita coisa, mas podemos falar que, tudo o que o PNB já lançou, o que pode trazer mais assunto nas mesas, nas rodas, nas mesas de família aos domingos, na igreja…porque é um assunto que e a gente não vai falar exatamente o quê, mas a gente já pode adiantar que é um clipe que é contra a intolerância, ao preconceito, a discriminação, a falta de amor, homofobia…um clipe que retrata muito isso. É um assunto tão polêmico e tão delicado. Em outro lugar que nós estávamos antes, não quiseram comprar nossa briga, o clipe chegou até a ser censurado.

“É um clipe que já está pronto há mais de um ano. É um assunto tão delicado que a gente precisou repaginar, elaborar, reconfigurar e agora a gente tá muito em paz e muito seguro”.

Por ser algo tão delicado, foi talvez a música mais pensada, mais estudada, é um trabalho feito com muita pesquisa. A gente nunca estudou tanto uma composição, nunca pedimos opinião de tantas pessoas pra produção do clipe. Eu poderia dizer que é o nosso trabalho mais detalhado, mais sensível. A gente tá muito feliz com o resultado, a gente não vê a hora. É um clipe que já está pronto há mais de um ano. É um assunto tão delicado que a gente precisou repaginar, elaborar, reconfigurar e agora a gente tá muito em paz e muito seguro. Está do jeito que tem que ser e vamos lançar agora em maio.

Admiramos o trabalho do Alex Passos, que tem feito grandes trabalho de excelência do meio cristão. De onde ele tira essas idéias geniais?

Alex Passos: Eu tiro todas essas idéias da minha indignação, sempre foi assim. É daí que surge todas as idéias e toda a vontade de continuar fazendo. Desde que me converti, a indignação de ver a arte cristã do jeito que muitas vezes ela é levada, eu fui me sentindo estimulado a tentar fazer coisas diferentes. Eu poderia dizer que, se isso fosse uma receita de bolo, eu diria que precisa de uma dose forte de indignação, uma dose forte de amor por Deus, pela arte e uma pitada boa de se reinventar.

Eu creio num Deus que é extremamente criativo, extremamente criativo. Eu acho um absurdo as pessoas querendo limitar a arte a um contexto religioso, sendo que a gente tem um Deus tão amplo nas suas idéias. Imagina se Deus tivesse tido essa mesma condição quando criou o mundo, esse limite, daqui pra lá não pode ir, Ele é um criador ilimitado. Ele é o autor da criação, imagina que eu vou me limitar? É impossível. Baseado nisso que a gente vai seguindo em frente, dependendo sempre dEle pra nos inspirar.

Preto no Branco entrevista

Quais são as novidades para este ano de 2019?

Clóvis Pinho: As novidades pra esse ano é a conclusão do projeto “PNB3 – Há tempo para todas as coisas”. Já lançamos o primeiro tempo, agora o segundo tempo já estamos a caminho de concluir e muito satisfeito com o resultado até aqui e torcendo pra que o maior número de pessoas possam acessar, conhecer a mensagem do PNB, enfim, que todos partilhem do amor de Deus através das canções.

Imagem: Divulgação

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